"[...] Na istrada do disingano/andei de noite e de dia/inludido percurano/aprendê o qui num sabia [...]" (Elomar Figueira Melo. Desafio - Fragmento do quinto canto: Das violas da morte, do Auto da Catingueira)





terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Retorno às atividades do blog

Caros amigos,

Depois de uma ausência compulsória de 19 dias, aqui estou eu de volta à labuta. Nesse ínterim tive compromissos de trabalho importantes e inadiáveis que me impossibilitaram de atualizar nosso blog como de costume. Não obstante a ausência, vinha me inteirando dos acontecimentos cotidianos, sobretudo na política, de modo que 2012 já começa (digo "começa" no sentido literal porque acabou o carnaval) com as eleições municipais em pauta.

De São Paulo chega a notícia fresquinha de que José Serra está costurando com Gilberto Kassab do PSD, a sua candidatura à prefeitura paulistana. definitivamente parece piada. Uma das grandes virtudes do ser humano é tirar lições de seus infortúnios. E José Serra não aprende nunca. Depois de duas derrotas consecutivas e acachapantes à presidência da república somadas à bombástica publicação da "Privataria Tucana" de Amaury Ribeiro Jr. em que Serra aparece enlameado até o pescoço, o tucano ainda insiste na inócua estratégia de concorrer a mais um cargo público, mesmo sendo publicamente preterido em sua própria agremiação partidária. Resta saber, em se consumando a candidatura, qual será a farsa da vez. O embuste da bolinha de papel, os supostos dossiês e as violações das declarações fiscais de sua filha, já foram todos desmascarados. E agora? Qual será o plano pra ludibriar o eleitor? A candidatura petista de Fernando Hadad ainda é uma incógnita. O prefeiturável do PT é íntegro e leve politicamente, contudo carece de musculatura eleitoral e ainda tem um íngreme caminho a percorrer para ganhar a confiança do sempre imprevisível eleitor paulistano. Parece que o arco de alianças será decisivo na definição de quem será o próximo prefeito de São Paulo.

Em Salvador, política agora é motivo de piada. O imbecil do João Henrique resolveu soltar a franga no carnaval. O alcaide foi o grande campeão de “beijos de língua” em público e achando pouco a pantomima, ainda tatuou o nome da nova companheira no antebraço. Uma figura pública execrável que há sete anos é motivo de galhofa em Salvador. Na sucessão soteropolitana, Nelson Pelegrino, com sua antipatia contumaz, deu declarações no carnaval já como prefeito eleito, numa típica postura autoritária de quem acredita que já venceu a partida antes do apito final. Todos sabemos que o governo Wagner tem problemas pontuais em sua gestão e essas mazelas estão se acumulando. O Estado é inoperante em algumas áreas, e os vermes oposicionistas de plantão, irão explorar ao máximo os pontos vulneráveis do governo do PT na sucessão municipal. Acrescente-se a isso o fato de que, em minha modesta opinião, o Partido dos Trabalhadores tem um sem número de melhores candidatos aptos a gestar a cidade do Salvador que o insosso Pelegrino.

Itabuna, pobre Itabuna, continua abandonada e relegada ao descaso de um prefeito abominável. O Capitão Azevedo é de uma incompetência sem precedentes na história do município e dada a inexistente capacidade técnica, notadamente de seu staff, a cidade vive um estágio de extrema involução econômica e social, sem emprego, sem atração de novas empresas e, em contrapartida, com o maior índice de violência e tráfico de drogas, proporcionalmente, em todo o território nacional. Nos dias atuais, para o cidadão sobreviver com dignidade em terras grapiúnas, tem que ser um verdadeiro guerreiro. Eu vivo lá e presencio diariamente os desmandos na cidade. E pra piorar o cenário, as eleições se avizinham e certamente a população itabunense terá que escolher entre a manutenção do projeto anacrônico vigente, capitaneado pelo atual prefeito candidatíssimo à reeleição, e o velho modelo de gestão do senhor Geraldo Simões, quer seja o próprio que concorra ou a mulher. Fora essa dobradinha, destaca-se a velha e corriqueira covardia do PcdoB, que afirma em todos os holofotes que terá candidato próprio e na hora da “onça beber água”, senta no colo do coronel Geraldo e declina do projeto.

Em Ilhéus, como não poderia ser diferente, a política é um samba do crioulo doido. Newton Lima doido pro mundo acabar em barranco pra ele morrer encostado, mais desmotivado a cada dia e pra variar, o PT não se entende no que se refere a quem será o candidato do partido na sucessão municipal. Nesse imbróglio quem ganha musculatura é Jabes Ribeiro que tem plena convicção de que o povo de Ilhéus é desmiolado e, dessa forma, não lembrará de seus pífios mandatos anteriores. Com relação à disputa interna do PT, quero crêr que o Deputado Josias Gomes, com sua habilidade política característica, tenha uma carta na manga pra debelar o fogo amigo do Diretório Municial e equacionar  a contenda que só faz desgastar politicamente o PT.

Fora da política “tudo como dantes no quartel de abrantes”. Big Brother Brasil apequenando a mente do brasileiro – tenho náuseas só de ver a vinheta -, o presidente Lula na sua luta diária contra o câncer, A União Européia numa crise financeira recessiva de efeito dominó, e o Clube de Regatas Vasco da Gama com mais um vice conquistado (grande novidade!!)

No mais, meus amigos, é a contínua luta diária pela sobrevivência, vislumbrando a possibilidade de contribuir, mesmo que modestamente, para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária pros nossos filhos e netos, porque pra nossa geração a lascança tá dando na canela.

Até a próxima. Saudações.

 Bira Pimentel.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Ausência temporária

Caros amigos,

Em virtude de uma infinidade de compromissos de trabalho, estou impossibilitado de atualizar nosso blog. Assuntos não faltam num período de início da efervescência política para as eleições municipais desse ano, bem como o embuste que foi criado pelos bandidos fardados que tentam a todo custo desestabilizar o governo democrático na Bahia. A posteriori postarei artigos relacionados a esses temas. Por enquanto trabalho a perder de vista nessa linda Fortaleza.

Abraço a todos.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Sugestão de leitura: "Os últimos soldados da guerra fria"

Por Bira Pimentel

"Os últimos soldados da guerra fria" do escritor Fernando Moraes, editora Companhia das letras, dá impressão, a princípio, ser uma grande obra de ficção nos moldes do incomparável 007, com espionagem, disfarses diversos e mensagens cifradas. Acontece que de ficção a obra não tem nada. O excelente rescritor de Olga e Chatô descreve a criação pelo governo cubano da Rede Vespa, um seleto grupo de 14 espiões que foram infiltrados nos grupos de extrema-direita nos EUA como forma de impedir os sucessivos atentados terroristas perpetrados por "dissidentes" da ilha. Um texto eletrizante do começo ao fim. Como bem destacado na contra-capa, para ler de um só fôlego. Excelente como todas as publicações anteriores de Fernando Moraes.