Por José Ilan
O Flamengo entrou em franca desvantagem no clássico.
Vindo de atuação e resultado desastrosos na Copa do Brasil, sem Maldonado, sem Ronaldinho Gaúcho (na última hora) e perdendo Léo Moura nos primeiros minutos.
Pra completar, o Fluminense estava completo e motivadíssimo pela classificação na Libertadores.
E tudo isso ficou visível no primeiro tempo de superioridade tricolor. Mesmo com um gol ilegal, o Flu merecia a vantagem.
Mas nos últimos 45 minutos, cometeu pecado mortal:
Subestimou o Flamengo, que não jogava bem, mas não é um time qualquer.
Acomodados na preguiça e pretensão de quem pretende administrar um placar mínimo, o Fluminense deu a senha para despertar seu maior rival e algoz.
Bastou melhorar um pouco para o Flamengo equilibrar o jogo e igualar o placar em ótima cabeçada do ex-tricolor Thiago Neves. Daí pra frente, o Fla chegou a ensaiar a virada. E só no fim se defendeu do ímpeto do adversário.
Nos pênaltis, mais inteiro física e psicologicamente e com goleiro mais consistente, o favoritismo que parecia tricolor antes do jogo, mudou flagrantemente de lado. E Ricardo Berna até foi bem. Mas não o suficiente para compensar as batidas ruins de Souza, Araújo e Tartá, exatamente os três que entraram no Flu durante a partida.
O Flamengo venceu no detalhe do pênalti, com Felipe sempre fazendo a diferença, e até com direito a uma cobrança perdida por seu melhor jogador em campo, Thiago Neves.
Venceu apesar de ter jogado mal a maior parte do tempo. Venceu porque é o Flamengo, e nunca vende barato.
E venceu, sobretudo, porque tem tradição, camisa e torcida que não permitem distrações e muitas vezes pesam mais do que jogar bem ou mal.
A 90 minutos do título carioca, a superação rubro-negra deve impulsionar time e torcida na finalíssima que pode lhe dar a taça antecipadamente. E cá pra nós, duvido que jogue tão pouco novamente.
Fica o alerta para o Vasco e uma lição amarga, quase juvenil, para o derrotado Fluminense:
Subestimar o Flamengo, geralmente acaba mal
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