"[...] Na istrada do disingano/andei de noite e de dia/inludido percurano/aprendê o qui num sabia [...]" (Elomar Figueira Melo. Desafio - Fragmento do quinto canto: Das violas da morte, do Auto da Catingueira)





quarta-feira, 20 de junho de 2012

Temos que quebrar esse paradigma. Vereador é importante, sim senhor!

Opinião do Blog, por Bira Pimentel.
As eleições municipais de 2012 se avizinham e, via de regra, a disputa eleitoral pelo executivo ocupa todos os holofotes, relegando a vereança invariavelmente a segundo plano. Num país recheado de corrupção em todas as esferas políticas, é compreensível que o eleitorado adote a conduta do ceticismo em relação às eleições, principalmente quando o assunto é câmara de vereadores, que é a porta de entrada do político na vida pública.
Políticos consagrados afirmam que a pior experiência que pode existir é uma candidatura a vereador. Um verdadeiro samba do crioulo doido. Não existe fidelidade por parte do eleitor e o candidato é sempre estereotipado como mais um postulante a uma “boquinha”, o que não deixa de ser verdade algumas vezes. O fato é que o corajoso que se lança candidato a vereador, passa a ter a ingrata missão de convencer eleitores desconfiados, arredios e que, na maioria das vezes, só escolhem efetivamente em quem vão votar, no dia da eleição.
Para se ter uma idéia da tarefa árdua para se conseguir um voto pra vereador, basta fazermos uma analogia com os demais cargos eletivos na política. Do presidente da república ao prefeito, passando pelos dois deputados, estadual e federal, e pelo governador, em tese os candidatos já iniciam as campanhas com uma ampla base de apoio, arregimentados por cabos eleitorais eufóricos, multiplicadores de opinião que na presença ou não do candidato, tentam influenciar a decisão do eleitor. O vereador começa e termina o pleito sozinho. Sua campanha é presencial e desprovida de apoio do partido. Um verdadeiro trabalho de formiguinha. Bate de porta em porta, toma porta na cara, falta dinheiro, se esmurra com os adversários pra ficar ao lado do candidato a prefeito nos comícios e, na abertura da urnas, quando os votos não aparecem, adotam o discusso padrão: o filho-da-puta do eleitor me traiu!
Parece cômico se não fosse trágico. O que as pessoas não compreendem é que, no âmbito municipal, o crescimento econômico da cidade, sua organização, suas leis, seu plano diretor, são diretamente proporcionais a um legislativo atuante, propositivo, fiscalizador e honesto. Olhemos o exemplo de Itabuna. Aquele que é considerado o pior legislativo itabunense de toda a história, frequenta mais as páginas policiais do que as políticas. A começar por seu presidente, Rui Porquinho, corrupto contumaz com passagens pela polícia. Vereadores roubam, são afastados pelo ministério público, retornam por liminar judicial, são afastados novamente e como consequência temos um município quebrado, involuindo economicamente, a mercê de uma dúzia de corruptos inconsequentes e um prefeito pior ainda.
Por conseguinte, meus caros, é imperativo que o eleitor tenha responsabilidade na escolha de seu vereador, elegendo pessoas sérias, de biografia ilibada e que reúna as condições objetivas de representar dignamente aqueles que lhe outorgaram o mandato. Temos que dar um basta à compra de votos, à barganha da eleição por dentadura, cesta básica ou seja lá o que for. A face interna do Brasil são seus 5.565 municípios, e nosso país só será grande e auto-sustentável se nossas cidades o forem.
No momento oportuno, quando a legislação eleitoral permitir, esse blogueiro que tem domicílio eleitoral em Jequié, sudoeste da Bahia, irá declarar publicamente seu candidato a vereador e fazer a defesa de seu nome tanto no blog quanto nas redes sociais. E podem ter a certeza de que, em se elegendo, irei exercitar continuamente meu direito democrático e constitucional de cobrança pela seriedade e competência do parlamentar.
É isso. Saudações.

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