"[...] Na istrada do disingano/andei de noite e de dia/inludido percurano/aprendê o qui num sabia [...]" (Elomar Figueira Melo. Desafio - Fragmento do quinto canto: Das violas da morte, do Auto da Catingueira)





quarta-feira, 11 de julho de 2012

56 a 19. Um insano a menos na política republicana.


Por Bira Pimentel.
Até que enfim! A casa do Demóstenes caiu, literalmente. O Senado Federal cassou, por falta de decoro parlamentar, o mandato do senador Demóstenes Torres, agenciador do bicheiro Carlinhos Cachoeira em Brasília. Aquele que era tido pelo PIG (Partido da Imprensa Golpista), sobretudo pela nefasta Veja (foto ao lado), como o “paladino da moralidade”, saiu pelas portas do fundo do congresso nacional para, se Deus quiser, nunca mais voltar.
Que Brasília tem se tornado um balcão de negócios espúrios, não é novidade pra ninguém. A diferença é que, de 2002 pra cá, os holofotes da chamada grande imprensa do centro-sul do Brasil se voltaram invariavelmente para o denuncismo deslavado contra o PT. E a tônica do embuste é sempre a mesma. A Veja publica uma denúncia infundada e sem provas no domingo, e a Globo, Folha de São Paulo e Estadão se incumbem de massificar o factóide durante toda a semana. Essa rotina tem se repetido nos últimos 10 anos, religiosamente.
Parafraseando o ditado popular, o PIG está recebendo a “volta do cipó”. A emblemática cassação de um senador do PSDB, frequentador assíduo das páginas amarelas de Veja, opositor mordaz do PT, amigo íntimo e informante de primeira hora de Policarpo Júnior, editor da mesma revista, é só a ponta do iceberg da deliberada conspiração velada que existe na grande mídia nacional para desferir, sorrateiramente, um golpe contra o governo popular que teve início com o presidente Lula e tem continuidade com Dilma Rousseff.
Vale ressaltar o contundente papel do senador Humberto Costa, do PT pernambucano, na condução da relatoria do processo de cassação no senado federal. Fugindo à regra de outras CPI´s, onde o relator apenas atua como mediador de debates e editor do relatório final, Humberto Costa subiu à tribuna daquela casa e fez um discurso altivo que ficou marcado pela última frase: “O senhor, senador Demóstenes Torres, esvergonha essa casa e envergonha essa nação”.
Quanto ao Demóstenes, bem... O Demóstenes já vai tarde. Nos livramos de um degenerado.

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