"[...] Na istrada do disingano/andei de noite e de dia/inludido percurano/aprendê o qui num sabia [...]" (Elomar Figueira Melo. Desafio - Fragmento do quinto canto: Das violas da morte, do Auto da Catingueira)





segunda-feira, 9 de julho de 2012

Fla-Flu sonolento. Resultado previsível.

Por Bira Pimentel.
A comemoração do centenário do Fla-Flu, com direito a narração de Galvão Bueno e presença de estrelas do passado, não poderia ter sido mais medíocre. O tricolor das Laranjeiras, favorito no confronto, fez o gol no início da partida e nos 79 minutos restantes apenas administrou o resultado, como se certeza já tivesse de que não seria incomodado pelo incipiente time do Flamengo, que há muitos anos não reúne tantos penas de pau em seu elenco.
Galvão Bueno, rubro-negro desde o nascimento, fez duas leituras corretíssimas. Primeiro que o maior clássico do futebol brasileiro, numa data tão importante, merecia ser disputado num outro palco. O estádio de atletismo da prefeitura do Rio, mais conhecido como Engenhão, ou Vazião como queiram, está longe de representar o glamour do Maracanã, arena de disputas homéricas entre Flamengo e Fluminense, inclusive com o insuperável público de 1963, com quase 200 mil presentes. E segundo, e ainda mais emblemática observação, a de que um clube com a história, títulos e maior torcida do mundo, não merece os atletas que tem atualmente em seu escrete, muito menos a atrapalhada diretoria corrupta e descompromissada, capitaneada pela vereadora e presidente, nas horas vagas, Patricia Amorim.
Jogadores a exemplo de Wellington, Amaral, Magal, Renato Abreu e mais uns dez botinudos da Gávea, não tem a mínima condição de disputar a série A do campeonato brasileiro. Certamente esses caras seriam reservas no Barueri, que é o lanterna da segundona. Soma-se a isso o comando de um treinador ultrapassado, retranqueiro, míope, que escala a equipe cheia de volantes e não achando pouco, ainda coloca o jovem Adryan, talento e cria da casa, como atacante, quando até o roupeiro do flamengo sabe que o garoto é meio de campo.
Uma boa parte dos meus amigos rubro-negros pode me chamar de pessimista, descrente ou coisas do gênero. Contudo, confesso que nessa edição do Brasileirão minha cabeça está voltada para os 45 pontos que irão nos salvar da degola. Ainda faltam 33.
Ademais, para servir de alento, o Mengão também perdeu o primeiro Fla-Flu, disputado há 100 anos. Tomara que isso seja um prenúncio de que nos próximos 100 anos continuaremos sendo maiores, mais importantes, conquistando mais títulos, com mais torcida, sem cair pra terceira divisão e sem utilizar o artifício da virada de mesa pra não disputar a série B.
Saudações rubro-negras.

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