Por Bira Pimentel.
Há mais ou menos seis meses, a
opção do PT pela candidatura de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo gerou
reações deveras controversas. Por um lado, a maioria dos quadros do partido e
grande parte da militância avaliavam como insensatez – um eufemismo pra não
dizer irresponsabilidade - a escolha de um mero desconhecido da população
paulistana em detrimento de figuras carimbadas como Marta Suplicy ou Aloizio
Mercadante. Por outro lado o PSDB e a grande mídia oficial – ou PIG como
queiram – soltavam rojões de felicidade e davam como favas contadas a eleição
de José Serra contra tão incipiente adversário.
Ontem às dezenove horas, a
história mais uma vez comprovou o caráter visionário de Luis Inácio Lula da
Silva. A despeito de todas as opiniões contrárias, o presidente Lula bancou
sozinho o nome de Haddad, suscitando animosidades na executiva estadual do PT somado
ao descontentamento de Marta, preterida no projeto.
O juízo de valor de Lula se
mostrou correto, sobretudo na perspectiva de que o eleitor paulistano se cansou
do “velho”, não só de um lado como do outro. Esse fato pode ser comprovado não
só com a eleição do “novato” Haddad como também através dos expressivos
resultados de Russomano e Chalita no primeiro turno, não menos neófitos que o
primeiro. Essa rejeição à velharia pode muito bem ser estendida a Geraldo
Alckmim, Marta Suplicy, Gilberto Kassab e por aí vai.
Em post anterior esse blogueiro
afirmou que essa eleição marcaria a aposentadoria compulsória de José Serra, um
político ultrapassado, de caráter irascível, prepotente e demagogo. Certamente
Serra continuará pautando os editoriais da Folha e do Estadão, contudo, a
partir de agora sem mandato e sem contrapartida a oferecer. Aliás, se eu fosse
Serra pediria um emprego a Arthur Virgílio na prefeitura de Manaus. Com a
derrocada geral do PSDB nessa eleição, certamente o outro asno tucano do
Amazonas se compadeceria com o ocaso do amigo correligionário.
O fato é que Fernando Haddad terá
um árduo desafio pela frente para, como ele mesmo afirmou, derrubar os
incontáveis muros de desigualdade que separam os poucos ricos dos milhares de
pobres que habitam São Paulo. E mais um ponto – e que ponto! – na conta do
presidente Lula.
Nenhum comentário:
Postar um comentário