"[...] Na istrada do disingano/andei de noite e de dia/inludido percurano/aprendê o qui num sabia [...]" (Elomar Figueira Melo. Desafio - Fragmento do quinto canto: Das violas da morte, do Auto da Catingueira)





segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Fernando Haddad: do anonimato à conquista da maior metrópole da América Latina.


Por Bira Pimentel.
 

Há mais ou menos seis meses, a opção do PT pela candidatura de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo gerou reações deveras controversas. Por um lado, a maioria dos quadros do partido e grande parte da militância avaliavam como insensatez – um eufemismo pra não dizer irresponsabilidade - a escolha de um mero desconhecido da população paulistana em detrimento de figuras carimbadas como Marta Suplicy ou Aloizio Mercadante. Por outro lado o PSDB e a grande mídia oficial – ou PIG como queiram – soltavam rojões de felicidade e davam como favas contadas a eleição de José Serra contra tão incipiente adversário.
Ontem às dezenove horas, a história mais uma vez comprovou o caráter visionário de Luis Inácio Lula da Silva. A despeito de todas as opiniões contrárias, o presidente Lula bancou sozinho o nome de Haddad, suscitando animosidades na executiva estadual do PT somado ao descontentamento de Marta, preterida no projeto.
O juízo de valor de Lula se mostrou correto, sobretudo na perspectiva de que o eleitor paulistano se cansou do “velho”, não só de um lado como do outro. Esse fato pode ser comprovado não só com a eleição do “novato” Haddad como também através dos expressivos resultados de Russomano e Chalita no primeiro turno, não menos neófitos que o primeiro. Essa rejeição à velharia pode muito bem ser estendida a Geraldo Alckmim, Marta Suplicy, Gilberto Kassab e por aí vai.
Em post anterior esse blogueiro afirmou que essa eleição marcaria a aposentadoria compulsória de José Serra, um político ultrapassado, de caráter irascível, prepotente e demagogo. Certamente Serra continuará pautando os editoriais da Folha e do Estadão, contudo, a partir de agora sem mandato e sem contrapartida a oferecer. Aliás, se eu fosse Serra pediria um emprego a Arthur Virgílio na prefeitura de Manaus. Com a derrocada geral do PSDB nessa eleição, certamente o outro asno tucano do Amazonas se compadeceria com o ocaso do amigo correligionário.
O fato é que Fernando Haddad terá um árduo desafio pela frente para, como ele mesmo afirmou, derrubar os incontáveis muros de desigualdade que separam os poucos ricos dos milhares de pobres que habitam São Paulo. E mais um ponto – e que ponto! – na conta do presidente Lula.
 

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