"[...] Na istrada do disingano/andei de noite e de dia/inludido percurano/aprendê o qui num sabia [...]" (Elomar Figueira Melo. Desafio - Fragmento do quinto canto: Das violas da morte, do Auto da Catingueira)





domingo, 27 de fevereiro de 2011

O dilema de Geraldo Simões

Por Marco Wense, postado no Pimenta na Muqueca.

O ex-prefeito Geraldo Simões, que já governou Itabuna por duas vezes, sabe que a próxima sucessão municipal é fundamental para sua sobrevivência política.
O “senhor de ferro” do PT de Itabuna não suportaria uma terceira derrota consecutiva. Um fracasso na eleição de 2012 pode significar o começo do fim da sua vida pública.
Sua re-reeleição para deputado federal, depois de perder duas eleições seguidas para a prefeitura de Itabuna – Fernando Gomes (2004) e Capitão Azevedo (2008) –, ficaria em situação de risco.

Como não bastasse essa assombração futurista, projetada para o ano eleitoral de 2012, Geraldo Simões tem pela frente a pré-candidatura do vereador petista Claudevane Leite – o Vane do Renascer.
É evidente que o “rebelde” Vane, se quiser realmente ser candidato a prefeito, tem que buscar abrigo em outra legenda, sob pena de ser triturado na convenção do PT.
A pretensão de Vane, buscando sua condição de prefeiturável, é legítima e democrática. O vereador, além de contar com a solidariedade do deputado Josias Gomes, tem o apoio de centenas de petistas.
Para os vanistas mais otimistas – alguns em intempestivo estado de euforia –, o crescimento da candidatura do vereador se deve ao trabalho realizado pelo MEAV (Movimento Evangélico de Apoio a Vane).
Além do lançamento de candidatura própria pelo PCdoB, se coligando com o PMDB, o PT de Geraldo Simões sabe que a falta de confiança dos partidos no ex-prefeito é mais um obstáculo para ser removido.
Geraldo Simões vai ter dificuldades com as legendas e suas respectivas lideranças, principalmente com os partidos que compõem a base aliada do governo Wagner.
Como não quer ser o candidato do PT na sucessão do demista Azevedo, Geraldo tem uma espinhosa missão: convencer o governador Wagner de que o nome de Juçara Feitosa é melhor do que o dele.
O chefe do Executivo estadual não esquece a esmagadora vitória do Capitão Azevedo – 12 mil votos de frente – sobre a petista Juçara Feitosa na sucessão de 2008.
Os meninos do Partido Comunista do Brasil não podem jogar fora a grande oportunidade de conquistar o cobiçado Centro Administrativo Firmino Alves.
A bola da vez é o PCdoB. Se a legenda não lançar candidatura própria, ficando novamente como apêndice do petismo e favas contadas de Geraldo Simões, vai ficar isolada na sucessão de 2016.
Para ganhar ou perder, o PCdoB deve marcar sua posição na competição eleitoral que se aproxima, seja com Davidson Magalhães, Luis Sena ou o vereador Wenceslau Júnior.
Uma chapa encabeçada por Davidson Magalhães, diretor-presidente da Bahiagás, tendo na vice Gustavo Lisboa, atual secretário municipal de Educação, vem sendo articulada nos bastidores.
É bom lembrar que Gustavo Lisboa, que faz um bom trabalho na educação, não é filiado a nenhum partido. Sua ida para o PMDB pode acontecer sem traumas.
Reafirmo que o insucesso do geraldismo no processo sucessório de 2012, com uma terceira derrota consecutiva, é o começo do fim da carreira política de Geraldo Simões.
Marco Wense é articulista da Contudo.

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