"[...] Na istrada do disingano/andei de noite e de dia/inludido percurano/aprendê o qui num sabia [...]" (Elomar Figueira Melo. Desafio - Fragmento do quinto canto: Das violas da morte, do Auto da Catingueira)





domingo, 3 de abril de 2011

A elite acha que os pobres estão ganhando "demais"

Por Brizola Neto, em seu Tijolaço.
Outro dia registrei aqui a matéria do Estadão que mostrava que as “madames” da paulicéia estavam recrutando babás paraguaias para seus filhos, horrorizadas com o fato de as babás brasileiras andarem querendo receber salários menores, ter folga, feriados e outros direitos que todo trabalhador tem (ou deveria ter).
Hoje, a Folha de S. Paulo publica uma pesquisa de consumo, feita a partir de dados do IBGE, que confirma que o padrão de vida dos paulistanos mais pobres está subindo, com a elevação da renda das camadas populares.
O gráfico aí ao lado, publicado para os assinantes do jornal, dá o tamanho deste crescimento.
Mas o melhor da matéria é o depoimento do cabeleireiro Jorge Bispo de Souza que tirou seu salão de Moema e o levou para M’Boi Mirim.
Antes, seu preço era R$ 70. Agora, é R$ 20. “O lucro agora vem da quantidade”, diz ele.
Quantos anos a elite brasileira levou – e está levando ainda – para compreender o que Jorge, um ex-segurança que retomou a profissão do pai, um barbeiro, entendeu tão rápido?
Prefere dizer que pobre quer o bolsa-família para não trabalhar e achar “um horror” que ele queira ter direitos.

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