"[...] Na istrada do disingano/andei de noite e de dia/inludido percurano/aprendê o qui num sabia [...]" (Elomar Figueira Melo. Desafio - Fragmento do quinto canto: Das violas da morte, do Auto da Catingueira)





sábado, 19 de novembro de 2011

Sugestão de Leitura


Por Ubirajara Pimentel
“1822 – Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado”.
Com um texto leve e leitura agradável, o escritor Laurentino Gomes descortina a independência do Brasil sob todos os seus aspectos, num período da história que vai do retorno da família real pra Portugal em 1821 até o final da década de 1820, período em que a independência do Brasil foi consolidada.
Ao contrário do que nos relata a historiografia oficial, a independência do Brasil não teve caráter pacífico e diplomático. Longe disso, houve derramamento de sangue em diversas batalhas entre portugueses e brasileiros, sobretudo nos atuais Estados do Nordeste.
O autor dispensou atenção especial à Bahia no capítulo treze. Nos dias atuais o 02 de Julho é tão-somente um feriado estadual que passa despercebido em sua valorosa importância. Na realidade o Brasil é o que é hoje com sua configuração territorial imensa e 8.000 quilômetros de litoral graças à contribuição decisiva dos baianos nas sangrentas contendas contra os portugueses. Podemos afirmar que o Brasil se tornou efetivamente independente no momento em que as esquadras portuguesas bateram em retirada da Baía de Todos os Santos.
Vou transcrever abaixo o último parágrafo do capítulo sobre a participação da Bahia na independência do Brasil, onde o autor comenta o absurdo da troca do nome do aeroporto de Salvador:
“A Bahia decidiu o futuro do Brasil na sua forma atual, mas a festa do Dois de Julho é hoje praticamente desconhecida pelos brasileiros das outras regiões. Ao contrário do Carnaval, e apesar de também reunir milhares de pessoas, raramente é notícia nos jornais e emissoras de rádio e televisão fora da própria Bahia. Porém, um visitante desavisado que chegar à capital baiana nesta data perceberá logo ao desembarcar uma nota dissonante: o aeroporto de Salvador, que até alguns anos atrás se chamava Dois de Julho, mudou de nome. Agora, chama-se Luis Eduardo Magalhães, em homenagem ao político baiano falecido em 1998. É uma prova de que o coronel da atualidade será sempre mais lembrado do que todas as lutas gloriosas do passado”. Pag. 206.
Enfim, um livro que vale a pena ser lido. Parte importante da história do Brasil é contada de forma inédita com fatos novos e irrefutáveis. Editora Nova Fronteira, 351 páginas.

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