"[...] Na istrada do disingano/andei de noite e de dia/inludido percurano/aprendê o qui num sabia [...]" (Elomar Figueira Melo. Desafio - Fragmento do quinto canto: Das violas da morte, do Auto da Catingueira)





quinta-feira, 24 de maio de 2012

Artigo: Hungria, laboratório do Capitalismo e da agiotagem.

Por Joilson Bergher*

Século 19: lutas por emancipações na política e na economia. O povo húngaro consegue a sua dentro do Império Habsburgo, em 1848, autonomia, finalmente em 1849, independência. Este país se localiza no leste Europeu. Faz fronteiras com muitos países, designadamente, a Eslováquia, a Ucrânia, a Roménia, a Sérvia, a Croácia, a Eslovénia e a Áustria. O seu território é essencialmente plano, com montanhas de baixa altitude a norte. O Lago Balatão, uma estância turística muito popular, é o maior lago da Europa Central. E, mais: A sua música popular serviu de inspiração a grandes compositores como Liszt, Bartók e Kodály. Entre os húngaros mais famosos, são de destacar Albert Szent-Györgyi, que descobriu a vitamina C, Imre Kertész, Prémio Nobel da Literatura, e o realizador István Szabó, vencedor de um oscar. Século XX: Uma revolução de  proporções socialista, capitneada por Béla Kun, se estabelecera. 1919. trabalhadores, estudantes, camponeses, idosos, jovens, mulheres – tudo fervilhava em torno de grandes movimentações sociais. Era a conquista do poder. Cria-se então a República Soviética da Hungria. Essa seria a segunda revolução com um caráter de classe, já que a primeira havia sido a ocorrida na Rússia em 1917, sob a guarda dos Bolcheviques. Um detralhe. É bom afirmar que à série de revoluções, no periodo 1848, na Europa central e oriental que eclodiram em função de regimes governamentais autocráticos, de crises econômicas, de falta de representação política das classes médias e do nacionalismo despertado nas minorias da Europa central e oriental, que abalaram as monarquias da Europa, onde tinham fracassado as tentativas de reformas políticas e econômicas.

A revolução é abatida, dura muito pouco. Tropas do obscurantismo conservador  odioso de conquistas sociais e políticas cercam o governo soviete. O poder embrionário dos trabalhadores socialistas húngaros foi derrotado. Noite de trevas, perseguições, terror étnico, fascismo, colaboração com o nazismo. O poder agora era coletivo, a economia estava sob a gestão dos trabalhadores. Com o socialismo o povo húngaro conquistava assim um grande  padrão de vida. O exemplo estava na moradia, lazer, saúde, escola, educação, transporte, pleno emprego e renda. Anos 80: Mikhail Gorbachev chega ao poder na Rússia. A Hungria, obviamente, não fica de fora. Em curso: a contra-revolução capitalista. O país caminha então para o passado onde o comum era privação social, fome, doenças, desemprego, perseguições étnicas, desespero. A Hungria finalmente após sair da barbárie capitalista – faz o retorno de novo, para virar um laboratório para (um novo?) ciclo do capital, agora com requintes desumano de crueldade. Segundo o pesquisador social Gyula Thumer, a Hungria vive o processo de Venda do País. Destruição de parques industrial. Efetivação da direita governista e apoio daquilo que se conhece de Social-democracia. As privatizações da economia húgara giram em torno de 100% do setor bancário. 85% da agricultura e industria. 100% da energia elétrica...desumano! O governo FIDESZ, União Cívica Húngara, cumprindo o receituário conhecido e aplicado aqui na América do Sul Latina, Central...rebaixou direitos de trabalhadores, a exemplo do pacote de leis que assassina a Lgislação trabalhista daquele país. Perversos. “A Hungria tem salários da África e custo de vida da Áustria”. Jornal Brasil de Fato, 466/2012. Eis a história cumprindo a seu designio. A Hungria irá sim recuperar a sua história de luta. Assim, É importante eu afirmar que a grande mídia imprime no Inconsciente Coletivo uma visão deformada do mundo. Veja o melhor PAPAI-NOEL do mundo mereceram de 523 Instituições Financeiras européias em 4 dias antes do Natal: 489 bilhões de Euros, ou ainda, R$ 1,23 trilhões, emprestados pelo Banco Central Europeu (BCE) a juros de 1%, ano. Estou afirmando, para salvar vidas, erradicar fome, reduzir a degradação ambiental, produzir medicamentos e distribuílos de forma gratuita na África, Balcãs, Haiti, Angola, Costa Rica, Honduras...Mas para sanar a saúde bancos,o dinheio aparece num passe de mágica. Qual fundamento dessa insanidade? O MERCADO em detrimento da VIDA? Na Bíblia, em Gênese 22, 1-19, Abrão deveria sacrificar seu filho Javé em detrimento disso que se conhece como fé. O resultado? Um Anjo o impede! É isso, simbolicamente uma análise de poder, aponta a morte como caminho para a vida. É isso: sacrificios. Assim a morte provocada, fruto do desinteresse do mercado por vidas humanas, passa a integrar a lógica insana da destruição de povos.
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Joilson Bergher, professor de História, Especialista em Metodologia do Conhecimento Superior, Pesquisador Independente do negro no Brasil, Estudante do Curso de Filosofia, Uesb – Vit.da Conquista, Bahia.

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