"[...] Na istrada do disingano/andei de noite e de dia/inludido percurano/aprendê o qui num sabia [...]" (Elomar Figueira Melo. Desafio - Fragmento do quinto canto: Das violas da morte, do Auto da Catingueira)





segunda-feira, 28 de maio de 2012

PT e PP formalizam unidade em Jequié

Opinião do Blog, por Bira Pimentel. 
Confirmou-se o que os bastidores já antecipavam. O Partido dos Trabalhadores e o Partido Progressista caminharão juntos na sucessão municipal de 2012 em Jequié. Em encontro estatutário realizado no último sábado, 26, o PT deliberou, quase que por unanimidade, a aliança com o PP e a indicação de Sérgio da Gameleira como candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Tânia Britto.
Do ponto de vista da atual conjuntura política jequieense, essa aliança representa um marco importante que poderá ser decisivo na sucessão do executivo municipal, bem como demonstra um incontestável amadurecimento político dos dirigentes e da militância petista de Jequié. Há que se enaltecer a postura do diretório municipal que, longe de representar capitulação, como alguns companheiros dissidentes tentam imputar, essa unidade guarda estreita obediência às deliberações da executiva estadual do partido e ao próprio governador Wagner, que não cansa de repetir que nos municípios em que o PT não esteja na frente nas pesquisas, a prioridade é coligar com partidos da base aliada, e dra. Tânia vem liderando todas as consultas até aqui realizadas. Partindo desse pressuposto, onde está o erro?
Historicamente - quem é de Jequié sabe – o PT incorreu em sucessivos erros de avaliação, em função do sectarismo de suas lideranças. O exemplo mais contundente dessa postura estreita se deu nas últimas eleições de 2008, onde Isaac Cunha tinha todas as ferramentas para tornar-se prefeito, mas viu suas aspirações esvair-se pela inabilidade em conduzir o processo político-eleitoral defendendo, de forma intransigente, e contra as orientações da executiva municipal, uma chapa “puro-sangue”. Essa conduta afastou virtuais aliados, a exemplo do próprio Luiz Amaral, que nada mais pleiteava do que uma vice na chapa do PT. O resultado todos nós sabemos, Amaral se tornou prefeito e Isaac amargou um pífio terceiro lugar.
Hoje mais cedo, pude verificar nas redes sociais, que alguns companheiros de Jequié, manifestavam seu descontentamento e ceticismo em relação à deliberação do PT. Para esses incautos mas valorosos camaradas, reafirmo que política não se faz olhando pro retrovisor. Divergências ideológicas sempre irão existir. Não se trata da disputa do poder pelo poder. Se trata sim de um pragmatismo necessário para colocar nosso adormecido município no caminho do desenvolvimento econômico e social. Esse cenário nos remetem a 2002 quando da aliança do PT com o PL, partido representante da burguesia e do grande empresariado nacional. Lula, à época, foi execrado pelas correntes de extrema-esquerda do partido. E deu no que deu. Não fosse a quebra de paradigma, o PT não estaria há dez anos no poder e o país certamente ainda estaria no ostracismo do subdesenvolvimento deixado por FHC.
Marcelo Aguiar, presidente municipal do PT em Jequié
Por fim, não poderia deixar de destacar a seriedade e lucidez daqueles que dirigem o partido dos trabalhadores em Jequié, a começar por seu presidente Marcelo Aguiar, meu candidato a vereador, e principal arquiteto dessa promissora aliança que ora se materializa. Mesmo com a tentativa de ingerência aos quarenta e cinco do segundo tempo, do inapto e vacilante Jonas Paulo, o presidente teve pulso forte e não declinou do projeto em curso. Everaldo Anunciação, futuro presidente do PT na Bahia tem que ser lembrado pela clarividência e extrema capacidade de antever os acontecimentos na política. Os vereadores Davidson e Wanderlei pela contribuição parlamentar e aval institucional e sobretudo a Sérgio da Gameleira que despiu-se da vaidade e secundarizou a aspiração “pessoal” de ser prefeito de Jequié em prol de um projeto mais amplo e participativo.
A todos esses valorosos companheiros, minhas saudações. Vamos em frente, sem mágoas e sem ressentimentos. Vamos em frente por Jequié.

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