"[...] Na istrada do disingano/andei de noite e de dia/inludido percurano/aprendê o qui num sabia [...]" (Elomar Figueira Melo. Desafio - Fragmento do quinto canto: Das violas da morte, do Auto da Catingueira)





quinta-feira, 24 de maio de 2012

Sugestão de Leitura: Steve Jobs por Walter Isaacson

Opinião do blog, por Bira Pimentel
A biografia oficial de Steve Jobs, escrita por Walter Isaacson, é ao mesmo tempo polêmica e intrigante. Primeiro porque as memórias foram encomendadas pelo próprio biografado ainda em vida e segundo porque, em nenhum momento, Steve Jobs teve acesso ao texto e nem revisou os manuscritos, distoando de sua personalidade controladora.
A sinopse do livro já diz tudo, vejam nas palavras do autor: “Ao nascer, foi entregue para adoção por sua mãe solteira. Na escola, destacou-se tanto pela inteligência como pela indisciplina e molecagem. Aos 15 anos, teve um primeiro emprego na HP, comprou um carro velho e passou a fumar maconha. Aos 17, foi morar com a namorada. Aos 19, descalço, vegetariano radical e zen-budista, consumidor de LSD, largou a faculdade e arranjou um emprego na Atari, onde quase ninguém suportava sua arrogância e seu mau cheiro. Na mesma época, fez uma peregrinação de sete meses à Índia. Aos 20, associou-se ao gênio Steve Wozniak e abriu uma firma chamada Apple. Aos 25, já era milionário. Aos 30 foi expulso de sua própria empresa. Doze anos depois voltou para salvá-la da falência e transformá-la na empresa mais valiosa do mundo”.
Assim foi Steve Jobs, gênio da criatividade e da inovação e um babaca detestável como pessoa e gestor. Os teóricos da Administração certamente enfrentam dificuldades ao retratá-lo. Em pleno século XXI, onde o culto da liderança participativa e da descentralização do poder são tidos como verdade absoluta, Jobs situa-se na contracorrente dessa teoria. Nunca foi um expert em informática e engenharia eletrônica, mas foi um visionário, antecipando-se às tendências e criando produtos inovadores que elevaram a Apple ao posto de empresa mais valiosa do mundo. Cultivou diversas inimizades, principalmente daquelas pessoas que tiveram o azar de cruzarem seu caminho e discordarem de suas teses. Para Steve não existia um meio-termo. Qualquer projeto que era levado à sua apreciação, ou era magnífico ou era uma bosta. Teve conflitos homéricos com Bill Gates, da Microsoft, sobretudo quando o assunto era a integração entre hardware e software. Ao contrário de Gates, que produzia softwares, como o Windows, para diversas outras empresas, Jobs acreditava na integração total entre máquina e aplicativos, o que possibilitou a blindagem dos produtos da Apple contra cópias. Morreu brigando com Gates sobre esse tema.
O legado de Steve Jobs é inquestionável. Seu perfeccionismo pode ser notado nos mínimos detalhes dos produtos que criou. Enquanto escrevo esse texto, num Ipad da Apple, constato que a busca frenética pela perfeição e inovação fizeram de Jobs uma das figuras mais emblemáticas de nosso tempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário