Opinião do Blog, por Ubirajara Pimentel.
O Domingo Espetacular exibido ontem pela TV Record apresentou matéria reveladora sobre os desmandos do eterno presidente da CBF, “Dom” Ricardo Teixeira. A Record se embasou em entrevista recente concedida por Teixeira à revista Piauí confirmando o perfil autoritário, prepotente e corrupto do homem que se auto-proclama o “dono” vitalício do futebol brasileiro. E vai além. Na entrevista, Ricardo Teixeira deixa explícito o compadrio com a não menos corrupta Rede Globo de Televisão envolvendo toda espécie de benesses, como o acordo em torno do sempre questionado horário dos jogos do braslleirão às dez horas da noite pra não atrapalhar os intocáveis jornal nacional e novela das nove. Acontece que tudo isso o Brasil inteiro já sabe desde sempre. O que traz perplexidade é que esse sujeito desclassificado manda e desmanda no principal esporte do país há vinte anos e sempre passa incólume em todas as denúncias. De onde vem essa blindagem? Porque os incontáveis atos de corrupção de Teixeira nunca dão em nada?
Todos sabemos que até a FIFA, instância maior do futebol mundial, passa por uma crise de falta de transparência sem precedentes na história, o que veio à tona recentemente na polêmica reeleição de Joseph Blatter. No Brasil não é diferente. A cartolagem no futebol brasileiro sempre foi questionada no que se refere à lisura dos aspectos extra campo. Basta recorrermos à memória pra lembrarmos de Eurico Miranda, Kléber Leite, Paulo Maracajá, Juvenal Juvêncio, entre outros fanfarrões que sempre se deleitaram e fizeram fortuna com a inocente paixão do torcedor. Ricardo Teixeira é pior do que todos eles juntos porque além da antipatia e prepotência característicos, declara em alto e bom som que a CBF é entidade privada e, como tal, não deve satisfação a ninguém. Esse argumento é falacioso porque nenhuma organização, independente de seu aspecto jurídico, tem o direito de se tornar uma caixa preta recheada de negociatas e atividades espúrias.
Estamos na iminência de sediar uma copa do mundo e os problemas estruturais já são realidade. Estádios atrasados, aeroportos obsoletos e rede hoteleira deficiente. Todas essas debilidades são reversíveis. Contudo, penso que a maior vulnerabilidade brasileira pra 2014 reside no senhor Ricardo Teixeira. Não duvidem da possibilidade, a depender das cifras da proposta, desse canalha vender a copa novamente, como aconteceu em 98.
Nenhum comentário:
Postar um comentário