"[...] Na istrada do disingano/andei de noite e de dia/inludido percurano/aprendê o qui num sabia [...]" (Elomar Figueira Melo. Desafio - Fragmento do quinto canto: Das violas da morte, do Auto da Catingueira)





quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Luiz Inácio, teu povo jamais te esquecerá.

 Opinião do Blog.

Por Ubirajara Pimentel

“Nunca antes na história desse país” – o texto não poderia começar com outra frase – o término de um mandato presidencial envolveu tantos fatores emocionais como no governo que ora se exaure. Depois de oito anos como mandatário maior da república, Luiz Inácio Lula da Silva passa a faixa presidencial a Dilma Rousseff e emociona o Brasil.
Exaltar as realizações dos oito anos do governo Lula causa redundância. O povo sabe, a imprensa sabe (não obstante poucos veículos publicarem) e o mundo sabe. Mais do que a inquestionável melhoria das condições de vida da população, o que nos chama à reflexão é a trajetória do menino “buchudinho” de Caetés até o Palácio do Planalto. Perseverança, obstinação, foco, ambição são todos atributos inerentes a Luiz Inácio. Quem leu “Lula – O filho do Brasil”, de Denise Paraná, tem a noção exata das adversidades do sertão pernambucano na década de 40, da falta de comida, do pau-de-arara pra São Paulo, das agruras na cidade grande e de todos os demais percalços pelos quais passou Dona Lindu e sua prole. Mas o menino, o adolescente e o homem LULA era forte e nunca desistiu.
Em plena ditadura militar comandou o maior e mais importante sindicato de trabalhadores do Brasil, liderando greves sob o olhar implacável dos milicos torturadores dos governos Geisel e Figueiredo e nesse clima nebuloso criou, junto com outros valorosos companheiros, o Partido dos Trabalhadores. Brigou pela redemocratização do país através das “Diretas Já”. Perdeu três sucessivas eleições presidenciais pra Collor e FHC, mas não desistiu. Pelo contrário, idealizou a Caravana da Cidadania e correu o país ouvindo o povo e suas demandas. Finalmente em 2002 o torneiro mecânico sem curso superior venceu a eleição presidencial e recebeu de Fernando Henrique - o intelectual de Sorbonne – um país quebrado e privatizado.
Apesar de algumas turbulências no curso dos oito anos de mandato, o presidente Lula conseguiu a proeza de devolver a auto-estima ao povo brasileiro. Esse foi, na humilde opinião desse blogueiro, o maior legado que Lula deixa pras próximas gerações. Como afirmei no início do texto, falar dos quinze milhões de empregos, da redução da fome, da ascensão de trinta milhões de pessoas à classe média, do respeito internacional, causa redundância e, por isso mesmo, não cabe aqui ressaltar.
No discurso de posse em 2002, o presidente Lula foi emblemático ao afirmar que sua missão só estaria cumprida quando todos os brasileiros tivessem três refeições diárias na mesa. Como sabemos não conseguiu. Muito há que se fazer e essa responsabilidade foi transferida pra Dilma. Contudo, o momento é de agradecimento.
Muito obrigado presidente Lula. Obrigado pela devolução da dignidade ao nosso povo. Obrigado por proporcionar um país melhor pros nossos filhos e netos. Obrigado pela Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016. Obrigado pelo crescimento do nosso Nordeste a taxas superiores ao Brasil. Obrigado pela solidária ajuda ao Haiti, Angola e tantos outros povos sofridos. Obrigado por não ter concedido entrevista exclusiva à Veja. Obrigado por ter contribuído para o ostracismo dos partidos políticos opressores do nosso povo, como o DEM. Obrigado, enfim, por entregar à sua sucessora um país infinitamente melhor do que Vossa Excelência recebeu.
Nosso até logo ao maior ESTADISTA brasileiro de todos os tempos: Luiz Inácio Lula da Silva.

3 comentários:

  1. Bravo, bravissimo Bira.
    Viva o grande Presidente Lula.

    mirtes

    ResponderExcluir
  2. Excelente comentário!!!!!!!!!!
    Concordo e sinto que LULA fez renascer em nossos corações o orgulho de sermos brasileiros. De fato, ele levantou a auto-estima do povo simples e o mais importante, proporcionou uma vida mais digna para milhares de cadadãos que viviam na mais absoluta miséria.
    VIVA LULA!!!!!!!!!!!!!!!

    ResponderExcluir
  3. que análise fantástica. parabéns. Rubens.

    ResponderExcluir