"[...] Na istrada do disingano/andei de noite e de dia/inludido percurano/aprendê o qui num sabia [...]" (Elomar Figueira Melo. Desafio - Fragmento do quinto canto: Das violas da morte, do Auto da Catingueira)





quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Produtividade e Férias: excludentes ou complementares?

 Por Ubirajara Pimentel.
Milhões de trabalhadores brasileiros sairão de férias nesse fim de ano. O setor produtivo em geral, e a indústria farmacêutica em particular, ficarão desfalcados de mão-de-obra por um breve período de tempo. O recesso de fim de ano ocasiona involução na produtividade industrial, comercial e de serviços? Esse questionamento divide opiniões entre economistas e executivos.
A meu juízo, a resposta à questão gira em torno da capacidade produtiva acumulada pelas empresas no decorrer do ano, bem como o potencial de produtividade dos trabalhadores individualmente. Por exemplo, as organizações que optam por férias coletivas o fazem por dois motivos:
1-      O período das férias coincide com a sazonalidade de vendas decrescentes e, portanto, tem impacto neutro sobre a produção; ou
2-      Os gestores avaliam que o quadro funcional necessita de descanso pra “recarregar as baterias” depois de um longo período de produção ininterrupta.

Como membro da cadeia produtiva, na indústria farmacêutica, tenho plena certeza de que, além de um direito constitucional, as férias são extremamente importantes como ferramentas de motivação, realinhamento de estratégias e reafirmação do comprometimento de qualquer equipe de trabalho.
Não é difícil encontrar pessoas que enchem o peito e dizem que tem “10 ou 20 anos” que não tiram férias, como se fosse a maior de todas as virtudes. Nesse perfil enquadram-se, entre outros, uma parte significativa dos profissionais liberais - que quanto mais trabalham mais auferem renda - e alguns proprietários de micro e pequenas empresas. Todavia, esquecem eles, que existem limitações físicas e psicológicas que são inerentes a qualquer ser humano e o cansaço proveniente do trabalho é cumulativo no decorrer de um ciclo laborioso, sem falar na perda da qualidade de vida, ausência do convívio familiar e outros tantos prejuízos de foro particular que não convém aqui ressaltar.
Do ponto de vista empresarial, um eficaz planejamento estratégico é mais que suficiente para preparar a organização para qualquer recesso produtivo, seja por férias coletivas ou individuais.
Parafraseando Peter Drucker, o grande pensador da Administração Científica do século XX, “o ocaso de qualquer empresa reside no fato de achar que seus colaboradores são máquinas. Eles não o são”.
As minhas férias estão chegando. Férias Já!

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