2010, um ano triste pro Esporte Clube Vitória

 Por Ubirajara Pimentel.

No futebol, via de regra, as críticas se multiplicam quando os resultados não acontecem. Terminado o principal campeonato do calendário nacional, a imprensa esportiva está enaltecendo o merecido título do Fluminense ao mesmo tempo em que conjectura variadas hipóteses pra explicar o rebaixamento de Prudente, Goiás, Guarani e Vitória. Definitivamente 2010 foi um ano desastroso pro Esporte Clube Vitória, por diversos motivos. Irei listar alguns:

1)      Elenco fraco. A diretoria do Vitória não contratou um grupo de jogadores a altura do dificílimo campeonato brasileiro. Do grupo que ganhou o fraco baianão apenas alguns nomes foram integrados e sem nenhuma expressão no cenário nacional. Sinceramente, Neto Coruja, Júnior, Schwenck, Fernando, Bida, Egídio, Vanderson, entre tantos outros, não tem capacidade técnica pra disputar uma competição de tamanha dificuldade como o campeonato brasileiro. O exemplo maior da incipiente capacidade técnica do grupo foi a contusão do lateral-direito Nino Paraíba durante 4 meses. Foram testados cinco ou seis jogadores na posição, cada um pior do que o outro.

Não incluí Ramon Menezes no grupo acima de propósito. Sempre foi um exímio jogador de futebol e decisivo pro Vitória em diversas oportunidades, todavia, a idade chegou e com ela a necessidade da aposentadoria. Um meia-atacante de 40 anos é presa fácil pra qualquer marcador e Ramon está andando em campo.

2)      Rodízio de treinadores. Sai Ricardo Silva, volta Ricardo Silva. O Vitória passou todo o ano de 2010 sem ter um treinador de renome. Como citei anteriormente, o fraco campeonato baiano projetou o não menos fraco Ricardo Silva, e a diretoria do clube manteve o treinador pro brasileirão. Nesse ínterim, o time perdeu a Copa do Brasil pro Santos e naquela oportunidade já se evidenciava que não só o plantel do Vitória era muito fraco, como também o técnico não tinha nenhum esquema tático. Só armava o time pra perder de pouco. A chegada de Toninho Cecílio foi o a merda maior. Um imbecil arrogante que brigava com jogadores, diretoria, imprensa e qualquer um que se atrevesse a questionar seus métodos arcaicos. Saiu a besta paulista voltou Ricardo Siva, o tapa-buraco de sempre, e por fim, veio Antonio Lopes que, não preciso dizer, empurrou o time pra segunda divisão.

3)      Diretoria incompetente. Os times que conseguem ganhar o brasileirão são aqueles que investem em grandes jogadores e bons treinadores. O Fluminense exemplifica bem essa afirmação. Como o Esporte Clube Vitória e, é bom que se diga, todos os outros clubes do Nordeste, estão longe de ter essa estrutura de alto nível, a saída é investir na divisão de base. No Barradão, todas as jovens promessas que despontam na base são vendidas, instantaneamente, a preço de banana. O dinheiro auferido nessas deficitárias e “duvidosas” transações não são reinvestidos no time. A conseqüência veio a galope: o rebaixamento.

Consumado o pior, o Vitória tem a obrigação de promover uma irrestrita reformulação em toda a estrutura do futebol, a começar por um planejamento estratégico pra 2011 de modo que novos parceiros possam ser atraídos, trazendo dinheiro pro clube. Basta de migalhas como as da OAS. Ademais, uma limpa no elenco faz-se premente, um novo técnico que saiba disputar segunda divisão e esquecer a porcaria do campeonato baiano que nunca foi laboratório pra preparar o time para as competições que realmente importam: o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.

As pessoas passam e as instituições permanecem. É no infortúnio que a união de forças surte mais efeito. A torcida do leão fez a sua parte, lotou o Barradão e incentivou o time nos noventa minutos. Infelizmente a bola não entrou. Futebol é assim mesmo. O Vitória sempre será grande.